José Arnaldo Laguna (CONAREM), Rodrigo Carneiro (ANDAP), Heber Carvalho (SINCOPEÇAS-SP), Ranieri Leitão (SINCOPEÇAS BRASIL), Henrique Steffen (ASDAP), Renato Fonseca (ANFAPE), Antonio Fiola (SINDIREPA BRASIL) e Alcides Acerbi Neto (SICAP)
Em um dos encontros mais aguardados da AUTOMEC 2025, o 1º Congresso da Aliança do Aftermarket Automotivo Brasil consolidou-se como um divisor de águas para o setor de reposição automotiva. Realizado no dia 23 de abril, na Sala 211 do Mezanino do São Paulo Expo, o evento reuniu autoridades, especialistas e líderes de entidades representativas do mercado para debater os principais desafios e oportunidades de um setor em plena transformação.
Com casa cheia, o evento gratuito contou com uma programação intensa e estratégica, que proporcionou uma manhã repleta de conteúdo técnico, político e tecnológico. A abertura oficial contou com a presença dos presidentes das entidades que formam a Aliança – José Arnaldo Laguna (CONAREM), Rodrigo Carneiro (ANDAP), Heber Carvalho (SINCOPEÇAS-SP), Ranieri Leitão (SINCOPEÇAS BRASIL), Henrique Steffen (ASDAP), Renato Fonseca (ANFAPE), Antonio Fiola (SINDIREPA BRASIL) e Alcides Acerbi Neto (SICAP) – todos presentes e participativos ao longo da programação, reforçando o peso institucional da iniciativa.
Direito de Reparar ganha força no Brasil
A primeira parte do congresso foi dedicada ao movimento global Right to Repair (Direito de Reparar), com palestra do norte-americano Bill Hanvey, presidente e CEO da Auto Care Association. Em sua fala, Hanvey destacou conquistas importantes nos Estados Unidos, como as vitórias judiciais em Massachusetts e Maine, que garantiram o acesso de consumidores e oficinas independentes a dados e ferramentas fundamentais para a reparação de veículos modernos — uma referência global para os desafios enfrentados também no Brasil.
Na sequência, a advogada Drª Raquel Preto, referência no tema no país, trouxe uma perspectiva jurídica contundente ao afirmar que “o direito de propriedade não é absoluto”, contestando os argumentos das montadoras que alegam propriedade intelectual para restringir o acesso ao reparo. Raquel apontou caminhos legais para garantir um mercado mais justo e competitivo, reforçando a urgência da pauta no cenário nacional.
Inspeção técnica, descarbonização e reforma tributária em foco
Um dos momentos mais impactantes do congresso foi a fala de Claudio Torelli, diretor da ANGIS, que defendeu com firmeza a obrigatoriedade da Inspeção Técnica Veicular. Em sua apresentação, ele destacou o papel essencial da medida para a segurança no trânsito e para o meio ambiente, alertando sobre os riscos aos quais a população está exposta diariamente por conta de falhas mecânicas recorrentes na frota nacional.
Torelli reforçou que a inspeção é prática comum em diversos países da Europa e que estudos internacionais mostram sua eficácia na redução de acidentes e emissões de poluentes. Com base em dados alarmantes de reprovação em itens críticos como iluminação, pneus, freios e suspensão, ele argumentou que a implantação da inspeção no Brasil pode contribuir significativamente para salvar vidas, reduzir custos com saúde pública e melhorar a qualidade do ar. Para ele, a medida é estratégica e urgente diante de uma frota superior a 120 milhões de veículos circulando no país.
Na sequência, o painel “O Inimigo é o Carbono”, conduzido por José Eduardo Luzzi, trouxe à tona os desafios e oportunidades da descarbonização de frotas, alinhando o aftermarket às metas de sustentabilidade. O debate reforçou que o setor de reposição automotiva está atento às transformações do mercado e vem se preparando para acompanhar as mudanças tecnológicas que já impactam o presente e moldarão o futuro da mobilidade, como a eletrificação, a hibridização e novas exigências ambientais. As empresas do setor têm investido em inovação, capacitação e adaptação para seguir relevantes e competitivas em um cenário de transição energética.
Já no debate sobre a Reforma Tributária, os especialistas da Deloitte, Carolina Verginelli e Alexandre Furmann, detalharam as profundas mudanças no sistema de tributos no Brasil, explicando como a reestruturação fiscal impactará diretamente o setor automotivo. Ambos alertaram para a importância de que empresários e lideranças do mercado se mantenham atualizados e preparados para um período de transição complexo e desafiador. Carolina destacou que “vão ser anos muito emocionantes”, ressaltando a necessidade de atenção redobrada por parte das empresas diante das novas exigências.
Inovação e futuro do setor
Fechando a programação, o especialista em inovação Guga Stocco aprofundou o debate sobre o papel da inteligência artificial no setor automotivo. Em uma apresentação envolvente, mostrou as perspectivas promissoras que essa tecnologia traz para o futuro da reparação, destacando cases reais que podem servir de inspiração para o aftermarket. “Posso ter uma inteligência artificial que vai facilitar o modelo de reparação”, afirmou, ao apresentar ferramentas e soluções digitais que já estão em uso e que apontam para um cenário com mais eficiência, precisão e autonomia em diversos setores, entre eles, o automotivo e de mobilidade.
Uma Aliança por um futuro mais justo e eficiente
A realização do congresso é fruto da Aliança Aftermarket Automotivo Brasil, coalizão que une ANDAP/SICAP, ANFAPE, ASDAP, CONAREM, SINCOPEÇAS BRASIL e SINDIREPA BRASIL. Criada para fortalecer o mercado independente, a Aliança atua em defesa do acesso a informações técnicas, ferramentas e peças – e busca alinhamento com as tendências globais por meio de iniciativas como a participação na Associations in Motion.
Com conteúdo de alta qualidade, networking qualificado e debates que antecipam os próximos passos do setor, o Congresso da Aliança se consolida como um marco de transformação no aftermarket automotivo brasileiro. O futuro começa agora – e está sendo construído em conjunto.
Fonte: Move News