A Justiça condenou a Caoa Chery a indenizar um cliente de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, que comprou um carro zero quilômetro e enfrentou vários problemas com o veículo com menos de um ano de uso. A condenação já foi confirmada em 2ª Instância.
De acordo com a ação, o cliente comprou o carro modelo Chery Celer Sedan entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Em agosto de 2015, a luz de “problemas mecânicos” se acendeu no painel. O carro foi levado para a concessionária e passou por reparo no motor.
Porém, poucos dias após pegar o carro na loja, o Celer apresentou pane na caixa de marchas e acabou sendo levado de guincho para a concessionária. Na oficina, foram identificados problemas como “perda de potência, luzes do sistema de injeção eletrônica e do nível de óleo acesas no painel, barulho no centro ‘tipo sino’ quando em alta rotação e fumaça branca saindo do escapamento”.
O carro chegou na oficina no dia 1º de setembro e só foi entregue para o dono no dia 18 de novembro, após passar por uma retífica no motor. O cliente decidiu entrar com um pedido de reparação de R$ 34.990,00 mais uma restituição do novo motor (avaliado em R$ 22.852,50) e uma indenização por danos morais.
Em sua defesa, a Chery pediu o indeferimento da condenação, alegando que o veículo foi “plenamente utilizado” após os reparos feitos. O argumento foi o mesmo usado pela concessionária responsável pela venda, alegando que, até 2017, a consumidora rodou mais de 1,5 mil quilômetros por mês, em média.
A juíza Sabrina Alves Freesz, da 1ª Vara Cível de Santa Luzia, negou a indenização por danos materiais, já que o veículo foi vendido e não poderia passar por perícia. Por outro lado, a magistrada reconheceu o dano moral, já que, segundo ela, a demora de dois meses para o conserto do veículo “ultrapassa os limites de um mero aborrecimento cotidiano”, definindo uma indenização de R$ 8 mil “para coibir futuros abusos e compensar o dano sofrido”.
Os dois lados recorreram. O cliente pediu para que a indenização passasse para R$ 14 mil, enquanto a Chery pediu que o valor fosse reduzido para “algo menor do que R$ 2 mil”. Os dois pedidos foram negados e a condenação foi mantida.
A Itatiaia entrou em contato com a Caoa Chery, que informou que não vai comentar a decisão judicial.